Debate "Juventude e participação política em questão no mundo contemporâneo".





Participação dos jovens na política será  o tema de debate na Oficina "Mecanismo", no colégio SESI de Bandeirantes. 

O debate será conduzido por mim,  professora Miriam de Oliveira Helbel Malaghini. A proposta dessa atividade é aproveitar o momento eleitoral, em que os projetos do Brasil estão em discussão, para ampliar o debate sobre o campo de possibilidades de participação da juventude. Em virtude das  eleições gerais, o debate ajudará a entender melhor o processo político do país. 
Esta atividade será feita no dia 23/07/2018, pós férias de julho e valerá 2,5 pontos individuais. 

No dia do debate, cada aluno precisa saber e entregar um relatório que contenha os seguintes questionamentos:
  • Como funcionam as eleições no Brasil? 
  • Quem são os pré-candidatos à Presidência?
  • Quem são os pré-candidatos a Governador do Estado do Paraná?
  • Quais são as atribuições dos cargos que estarão em disputa nas eleições 2018? Digo: Deputados federais, estaduais, senadores, governadores e presidente. Sugiro o site http://www.tse.jus.br como uma fonte de pesquisa.
  • Qual é a ideia de "partido" no Brasil?
  • O que é o projeto "Ficha limpa"? 
  • Após pesquisa, em quais candidatos você votaria? Por quê? Quais foram as propostas do candidato que chamaram tua atenção?
  • Você acredita que deve haver uma "reforma política" no Brasil? Por quê?
Obs.: Em breve, farei um "post" sobre o gênero textual relatório, que contenha as instruções para sua escrita e formatação. 

Como inspiração sugiro a leitura do texto abaixo, escrito pelo aluno Matheus Paggi,  do 3º ano E.M., da cidade de São Paulo. 

O jovem e a política

Imagine um país no planeta, que é imenso, possuidor de riquezas naturais, e “bonito por natureza”. Esse país tem uma das maiores densidades demográficas do globo, que, de maneira peculiar é formada por diferentes culturas, de traços fortes e valorosas tradições. Pois bem, é chegada a hora das eleições nesse país, e com ela, a incumbência dos eleitores de decidirem quem os representará politicamente pelos próximos quatro anos. Dada a importância do voto, o debate a respeito dos candidatos é intenso, o interesse pelas propostas dos mesmos também, e o envolvimento dos cidadãos é formidável, certo? Provavelmente sim, mas se esse país for o Brasil, as coisas não serão bem assim.

Todo ano de eleições a mesma palhaçada se repete. Com campanhas extremamente demagógicas, projetos impossíveis e promessas vagas. São dezenas de exemplos de “senhores”, que se candidatam, e na maioria das vezes, por meio do já desgastado populismo, conseguem um lugar em Brasília. Ao chegarem lá, fazem “muito”, desviando recursos públicos e envolvendo-se em transações podres, que vão de “mensaleiros” a “sanguessugas”. No país da impunidade, a grande maioria desses políticos sai ilesa desse tipo de episódio, aparecendo com a maior “cara-de-pau” nas eleições seguintes, como se nada tivesse acontecido, afinal, esse tipo de político “rouba, mas faz”.

É um quadro bem desanimador o da política brasileira. O exemplo atual é o retrato disso: a maior parte daqueles que colocaram Lula no poder, por meio do voto, tinham a esperança de que ele, de origem humilde, como “retrato do Brasil e de seu povo” saberia conduzir o país olhando para os grandes problemas sociais.

Nesse contexto, os brasileiros parecem cada vez menos esperançosos com seus governantes, anulando seu voto, escolhendo qualquer candidato, dando um tiro na democracia. O jovem por sua vez, geralmente adota a mesma postura, pois é o reflexo de seus familiares, pais e professores. Esse é um dos maiores e mais graves problemas do Brasil: a alienação política.

Como já alertava o poeta e dramaturgo Bertold Brecht, o analfabeto político é aquele, que simplesmente ignora a política. Para ele, a política é “um saco” e nenhum candidato presta, já que são todos iguais. Daí, muitas vezes acaba anulando seu voto. Mal sabe ele que esse tipo de postura só favorece o político corrupto, que acaba se mantendo no poder. 
Não se pode tirar toda a razão dessas pessoas, dada o desânimo causado pelos políticos brasileiros, mas a mudança só será possível se esse tipo de atitude mudar.

A importância disso é de que, em um país de jovens politizados, o futuro é promissor, pois aqueles que hoje apenas observam e estão iniciando sua participação política, provavelmente já saberão como agir no futuro, procurando evitar erros e encaminhar seu país para uma melhor condição.

Apesar de pesquisas, como a do IBGE de novembro de 2005, mostrando que cerca de 28% dos jovens envolve-se com política e assuntos de cunho social, serem consideradas bons índices para o Brasil, esse resultado deve ser encarado como pífio.

O jovem é o futuro do país, e como tal, deve estar antenado para o que acontece na política e na sociedade que o envolve. Claro que, em um país em que parte dos cidadãos não tem nem o que comer, esse processo é mais difícil e demorado, mas para aqueles que tem acesso à informação e a cultura, o engajamento é fundamental, para que todos os jovens sigam essa postura.

Taxar a juventude atual de alienada, é preconceito. Mas, a despeito dos alienados, para os jovens que realmente se importam com os rumos do país, cabe o exemplo do que ocorre atualmente no Chile. Lá, bem próximo ao Brasil, uma legião de estudantes secundaristas levantou-se em prol de suas reivindicações, que se referiam a transporte livre, modificações no critério de avaliação universitária, revisão da lei educacional. Passeatas, protestos e ocupações escolares por meio de uma integração grandiosa, pararam o país. Conscientização pura.

O Brasil não precisa de uma legião de revolucionários incandescidos, mas de uma juventude consciente de seus deveres e de seu poder, como a chilena, pois, apesar do que muitos pensam, os jovens podem e devem mudar esse país.





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